terça-feira, 7 de outubro de 2014

IDIOMA OU DIALETO?

Quem fala um idioma e um dialeto regional é tão bilíngue quanto quem fala dois idiomas.


Do ponto de vista linguístico não há nada que distinga língua de dialeto. Ambos têm léxico e gramática e quem fala um idioma e um dialeto regional é tão bilíngue quanto quem fala dois idiomas.

Hoje, costuma-se chamar de dialeto qualquer expressão linguística que não seja reconhecida como língua oficial de um país. Afinal, a tradicional distinção entre língua e dialeto está fundada em critérios mais políticos do que linguísticos. Em geral, o que faz uma língua ser considerada dialeto e não idioma é a ausência de literatura ou de tradição literária, o seu não-reconhecimento pelo Estado ou mesmo a sua falta de prestígio. 

É preciso lembrar que algumas línguas ágrafas, como as nativas da África, Ásia e América, têm rica literatura oral, transmitida por gerações em séculos. E através de estatísticas realizadas recentemente e expostas no livro Ethnologue, das 7.015 línguas catalogadas mais de 5.500 são faladas nestas regiões.

Há que se frisar que os critérios estabelecidos são flexíveis e nem sempre tão claros e certas distinções são imprecisas, posto que dialetos ininteligíveis são unidos em um único idioma se compartilham uma mesma literatura ou outra herança cultural.

Surgido em 1951 o guia de idiomas foi elaborado para missionários cristãos, entretanto hoje é muito usado por empresas globais, governos e instituições privadas. O guia, ao contrário do que muitos linguistas preconizam, vem acrescentando a cada edição, mais idiomas. 

A penúltima, em 2005, listava 6.912. Esta dissonância ocorre pela subjetividade dos critérios analisados, dependendo de como se classifica dialeto ou idioma e como bem afirma Paul Lewis ( linguista que administra o guia) “idioma é como mingau de aveia, tudo é muito vago perto das extremidades”.

O que se pode afirmar, com certeza, é que muitas línguas desaparecerão por pressão dos idiomas de cultura, seja o idioma nacional do país, seja o inglês como língua global e dominante na área de “business”.

Fonte: www.portaleducacao.com.br

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