Não existem barreiras para o
sonho de 738 crianças matriculadas na Escola Municipal Afonso Várzea.
Localizada no Complexo do Alemão — conjunto de 15 favelas na Zona Norte do Rio
de Janeiro — a escola oferece ensino bilíngue português-inglês para alunos da
educação infantil e do ensino fundamental. Bianca Santos, de 8 anos, aluna do
3º ano do ensino fundamental sonha com a graduação:
— Quando terminar o colégio,
quero me formar em Medicina — diz a estudante.
A escola é um dos estudos de
caso que serão apresentados no Educação 360, encontro internacional promovido
pelos jornais O GLOBO e “Extra” — em parceria com o Sesc e prefeitura do Rio de
Janeiro, e apoio do Canal Futura — que acontece nos dias 5 e 6 de setembro.
— A rede municipal já conta
com cinco escolas de ensino bilíngue. A ideia agora é ampliar o projeto para
mais duas escolas em 2015 — revela a secretária municipal de Educação, Helena
Bomeny.
Os alunos da educação
infantil dedicam cerca de três horas do seu dia à aprendizagem na língua
inglesa. O conteúdo dessas aulas também são trabalhados pela professora
regente, responsável pelo ensino em língua portuguesa.
— Trabalhamos também para
criar um ambiente escolar inspirado na cultura estrangeira — afirma Glaucia
Morais, professora de inglês e coordenadora do projeto de escola bilíngue. —
Você sente que o processo está acontecendo quando os alunos começam a trocar o
português pelo inglês.
A língua estrangeira permeia
toda a rotina escolar. O cardápio de refeições, por exemplo, é escrito em
inglês e português. Nem mesmo as aulas de educação física ficam de fora da
atmosfera bilíngue da escola. Atividades como o futsal, por exemplo, ganham um
novo regulamento, e passam a avaliar o conhecimento que os alunos possuem do
idioma.
— Nós organizamos o futsal de
línguas, em que os alunos são estimulados a falar somente inglês durante as
partidas — afirma Glaucia.
Romeu e Julieta em inglês
Nas artes, o inglês também aparece
em forma de peça teatral. Este ano, alunos encenaram uma adaptação de Romeu e
Julieta. A peça de Shakespeare, que originalmente se passa em Verona, na
Itália, foi adaptada à cultura local.
— Ao invés do baile de
máscaras, nós encenamos um baile charm na comunidade — conta Glaucia.
No quinto ano do ensino
fundamental, os alunos fazem um exame de certificação aplicado pela
Universidade de Cambridge, um documento que pode abrir portas para dezenas de
crianças que, assim como Bianca, desejam ingressar numa faculdade.
Fonte: O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário