sexta-feira, 12 de abril de 2013

MOTIVOS PARA APRENDER INGLÊS


Camareira sem mímica




Há dois anos e meio, a camareira no Novotel Morumbi Solange Alves Pereira dos Santos, de 40, não havia terminado o ensino médio. Hoje, já formada, estuda inglês e quer cursar Hotelaria ainda este ano. “Tinha dificuldade muito grande de me comunicar com hóspedes estrangeiros. Sempre ficava aquele ponto de interrogação, tínhamos que fazer mímicas.”

Depois de apenas 2 meses de curso, a situação já mudou. “Outro dia uma hóspede precisava de 4 travesseiros. Ela falou em inglês e eu consegui entender”, conta, orgulhosa. Divorciada e mãe de quatro filhos, Solange termina seu turno à tarde. Estuda duas vezes por semana numa escola de inglês na Avenida Paulista, das 18 horas às 19h30. Depois gasta uma hora e meia para voltar para casa, em Suzano, Grande São Paulo, mas não pensa em desistir.

“Usei meu 13º salário e parte do 14º (bonificação paga pela empresa) para bancar minhas aulas.” Assim como muitos brasileiros, Solange pretende usar o que aprende nas aulas de inglês durante a Copa do Mundo, em 2014. “Quero estar preparada para receber os estrangeiros. Ano que vem, se conseguir, começo um curso de espanhol.”


De São Paulo a Massachusetts


Quando começou a frequentar as aulas de inglês, há 5 anos, Rafael Zulli, hoje com 16, já sabia o que queria: proficiência no idioma. Na mesma época, começou a estudar no Colégio Rio Branco, que é parcialmente bilíngue.

Agora aluno do 3º ano do ensino médio, Rafael se prepara para disputar vaga em Ciência da Computação ou Engenharia da Computação nos Estados Unidos. “Minha meta é estudar no MIT.” A ideia de cursar o Massachusetts Institute of Technology nasceu graças a um projeto surgido no MIT que Rafael ajudou a introduzir em sua escola, uma ferramenta chamada Scratch, usada para ensinar a crianças noções de programação. “Quando vi aquilo soube na hora que queria estudar lá.”

O processo de inscrição começa em agosto e dura seis meses. Atividades extracurriculares contam pontos. Para Rafael isso não será um problema. Além do trabalho com o Scratch, ele também faz trabalhos sociais e desenvolveu um projeto, “um joguinho da água”, para o Dia Mundial da Água. Agora é só cruzar os dedos.


Ideia que vale ouro


Algo muito simples e barato. Isso é o máximo que a estudante de Medicina Maria Cysne revela da ideia graças à qual ela será uma das 150 pessoas a participar, em 22 de junho, em Boston, do congresso de 200 anos do The New England Journal of Medicine, uma das mais importantes revistas científicas do mundo.

Ela ficou entre as vencedoras de um desafio proposto pelo New England: médicos e alunos de Medicina do mundo todo deveriam propor uma solução para um problema recorrente hoje em dia, o dos pacientes que pesquisam na web sintomas de sua doença e já chegam ao consultório com um diagnóstico pronto. “Não quero falar sobre minha ideia antes de patenteá-la. Não para ganhar dinheiro, mas sim para facilitar a vida das pessoas.”

Aluna do 8º período do curso da Federal de Minas Gerais, Maria estuda inglês há 8 anos na Cultura Inglesa em Belo Horizonte. Vai colocar em prática seu conhecimento de inglês esta semana, quando fará palestra em um congresso sobre dispositivos móveis na área médica, em Luxemburgo. “Vou ficar uma semana em Londres, para conhecer universidades.”

Taxista na Madeleine Ville


O taxista Elbert Daniel da Silva Novaes, de 32 anos, descobriu um filão na região onde faz ponto, na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo. “Muitos clientes são estrangeiros e grande parte não fala português”, diz. “Vários chegam com o endereço anotado num papel, porque sabem que é difícil encontrar taxistas que falem inglês.”

Por conta disso, Elbert decidiu se matricular em um curso de inglês criado especialmente para taxistas na Virginia Center School. “Minha turma tinha só eu e mais um colega. Mas ele teve que parar.” Por conta disso, Elbert só assistiu aula por três meses. “Agora estou aguardando mais alguém se matricular para dar continuidade ao curso.” Mesmo com pouco tempo de aula, o taxista já sente que fez algum progresso.

Pretende ao menos aprender o básico para se comunicar com clientes estrangeiros. “Às vezes eles querem marcar alguma corrida, fazer alguma coisa diferente e, sem falar inglês, não consigo fazer isso.”


Fonte: estadao.edu


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